quarta-feira, 13 de agosto de 2014

MARCO AURÉLIO GARCIA : ''BRASIL E ISRAEL VÃO MANTER LAÇOS HISTÓRICOS ''


O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, considerou encerrada a questão das declarações do porta-voz da Chancelaria israelense, Yigal Palmor sobre o Brasil, que, recentemente, qualificou o país de "anão diplomático", depois que o presidente israelense, Reuven Rivlin, pediu desculpas; “Ficou claro que há disposição dos dois governos de manter uma relação histórica”, disse

Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil 

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, considerou encerrada a questão das declarações do porta-voz da Chancelaria israelense, Yigal Palmor sobre o Brasil, que, recentemente, qualificou o país de "anão diplomático". Ontem (11), o novo presidente de Israel, Reuven Rivlin, telefonou a Dilma e se desculpou pelas palavras do porta-voz.

De acordo com Marco Aurélio, a conversa foi “simpática” e os dois presidentes puderam expor as suas razões. “No mais, concretamente, ficou claro que há disposição dos dois governos de manter uma relação histórica”, disse.

As declarações do israelense foram dadas no fim do mês passado, quando o governo brasileiro convocou o embaixador em Tel Aviv para consultas e publicou notas considerando inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina.

 De acordo com Marco Aurélio, a posição do Brasil sobre o assunto continua a mesma. “Não podia mudar, foi a posição do governo brasileiro que suscitou aquela reação, digamos, um pouco destemperada, mas nós consideramos que este é um assunto encerrado, deste ponto de vista.”

O assessor internacional da Presidência disse acreditar que a presidenta Dilma Rousseff não irá à próxima reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) por causa do período eleitoral. O encontro está marcado para o próximo fim de semana em Montevidéu. Marco Aurélio ressaltou, porém, que o o assunto ainda não está definido.

“Não há nenhum problema, todos os presidentes presentes lá [na capital uruguaia] vão compreender concretamente que estando em uma fase decisiva da campanha eleitoral, é normal. Isso já aconteceu com outros presidentes em campanha, ou até por outras razões, que não estiveram presentes [a reuniões de cúpula]”, afirmou.

HENRY SOBEL: ''NETANYAHU FAZ MAL PARA ISRAEL"

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Rabino Henry Sobel critica a posição do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu no conflito em Gaza e diz não concordar em assistir passivamente a morte dos civis: "É preciso negociar, negociar. 
Uma criança não é palestina ou israelense. Uma criança é uma criança"; coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew também cobra responsabilidade de Israel no massacre.
 O rabino Henry Sobel, em documentário exibido pela TV Cultura, criticou a posição de Israel no conflito em Gaza e a falta de diálogo: "O Oriente Médio precisa é acabar com o fundamentalismo, o pensamento religioso radical que está predominando na região. É preciso negociar, negociar. Uma criança não é palestina ou israelense. Uma criança é uma criança".
Ele afirma que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu faz mal para Israel. “Mas felizmente o Estado é maior do que sua pessoa, não podemos confundir o Estado com o governo."
Afirma não concordar em assistir passivamente a morte dos civis em Gaza. Os ataques vitimaram quase 1.900 pessoas em Gaza. Por outro lado, afirma que o exército israelense tem o direito de se defender dos foguetes do Hamas. “Pode até se questionar a dimensão desta defesa, mas o direito a ela não pode ser questionado", diz.
Ele também critica a presidente Dilma Rousseff por não ter expressado também sua posição sobre os ataques terroristas do Hamas." "O Hamas tem falhado, o governo de Israel tem falhado e o Itamaraty falhou", concluiu (leia aqui na coluna de Mônica Bergamo).
Coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo e presidente emérito do Instituto Ethos e idealizador do Fórum Social Mundial, Oded Grajew também cobra responsabilidade de Israel no massacre. Leia aqui:
A responsabilidade de Israel
Nasci em Tel Aviv em 1944, de mãe e pai judeus, cuja família foi praticamente exterminada pelos nazistas. Vivo há anos no Brasil, país que deveria ser valorizado pelo exemplo de convivência harmoniosa, não só entre árabes e judeus, mas entre comunidades de diversas origens religiosas e nacionais.
Nos primeiros anos do Estado de Israel (criado em 1948), os kibutzim –cooperativas onde ninguém acumula bens pessoais e todos compartilham da mesma forma os deveres e os benefícios da comunidade e tudo é decidido coletivamente– foram a base da atividade econômica nos territórios do novo país.
Lembro-me que a vida era difícil, mas havia um enorme espírito de solidariedade entre as pessoas e as famílias. Meus pais dividiam um pequeno apartamento (onde nasci) com um casal de amigos e sempre me falaram que foram os anos mais felizes de suas vidas. Foi uma infância muito feliz para mim também.
Hoje Israel tem uma economia capitalista que gerou muita riqueza (o país tem uma das maiores renda per capita do mundo), mas, ao mesmo tempo, muita desigualdade. A competição passou a ser a cultura dominante e os poucos kibutzim que sobraram são compostos basicamente por pessoas que escolheram um modo de vida mais solidário e menos materialista.
Um dos meus maiores sonhos é presenciar a paz entre Israel, os palestinos e os países árabes. Infelizmente o novo conflito, de trágicas consequências humanas, torna esse sonho ainda distante. De novo, cada lado joga a culpa no outro. Todos são responsáveis, mas considero que a responsabilidade de Israel é maior, não por querer questionar as inúmeras justificativas que usa para defender suas ações, mas pelo fato de ser o mais forte.
Israel é de longe o país mais forte militarmente e economicamente da região e tem como aliado incondicional os Estados Unidos, a maior potência mundial. O mais forte, em qualquer circunstância, deveria ter maior responsabilidade.
A contrapartida do poder é a responsabilidade. É assim com os adultos que deveriam ter muita responsabilidade com as crianças (suas e dos outros), os ricos em relação às pessoas mais pobres e carentes, a sociedade em relação aos idosos, os países prósperos e fortes em relação aos mais vulneráveis, os políticos com seu povo. É dessa forma que se pratica a solidariedade, a justiça e os mandamentos do judaísmo, cristianismo e islamismo.
O mais forte deveria ser exemplar, servir de referência e ser o mais solidário, ousado e generoso. O mais forte, em nenhuma circunstância, deveria usar a sua força para agredir e destruir o mais fraco, mesmo quando agredido. Não quero entrar na discussão interminável e inútil de quem tem mais razão. A que tem servido a lógica do olho por olho, reagir à violência com mais violência? Apenas para alimentar o ódio, gerar matanças e inviabilizar a paz.
Israel, o país mais poderoso da região, poderia recuperar os ideais e o espírito de solidariedade e generosidade de seus primeiros anos. Assim teria a grandeza de quebrar o inútil ciclo da violência e não usar toda a sua força e seu poder para matar e destruir, mas para se empenhar tenazmente, para perseguir até obter a paz na região.

APREENSÃO DE COCAÍNA E MATERIAS EXPLOSIVOS


(foto: Divulgação/RONE)

Por meio de denúncias anônimas oriundas do telefone 181 - Narcodenúncia, equipes da Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais (RONE), pertencente ao Batalhão de Operações Especiais (BOPE), apreenderam materiais explosivos em uma casa na madrugada desta segunda-feira (11), no município de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Dois rapazes de 19 anos foram presos com os materiais e uma porção de cocaína.

Segundo o tenente Marcelo Henrique Hoiser, os policiais militares receberam informações de que estaria acontecendo tráfico de drogas em uma rua do bairro São Gabriel. “Fomos até o local e avistamos um adolescente, que foi abordado. Ele nos indicou que o homem suspeito morava na casa do meio do terreno. Entramos e localizamos dois homens, e realizamos uma vistoria, encontrando embaixo da residência várias pedras de cocaína e uma balança de precisão”, disse o tenente.

Ao todo, os policiais encontraram na casa dois cartuchos de emulsão explosiva, 1,8 metros de cordel detonante e mais 62 gramas de cocaína (divididos em pedras de vários tamanhos). Os dois suspeitos foram presos e encaminhados até a delegacia do Alto Maracanã, para que os procedimentos cabíveis fossem tomadas.