16h15 – Sessão é retomada. O Advogado Arles Gonçalves Júnior responde as perguntas do juiz Leandro Bittencourt Cano.
16h06 - Questionado sobre um trecho do
livro de Mizael em que é citado, o delegado Antonio Olim parafraseou o
réu: “Mizael fala no livro que está na cova dos leões. Hoje era o Olim
na cova dos leões”. O delegado é testemunha de acusação e foi o segundo a
falar na manhã de hoje.
16h01 - Após o anúncio do intervalo, o assistente de
acusação, Alexandre de Sá Domingues, demonstrou-se otimista. A
jornalistas ele afirmou que “até agora [o julgamento] está extremamente
positivo para a acusação”. Sobre as brigas que ocorreram durante a
manhã, entre o promotor Rodrigo Merli Antunes e o advogado Ivon Ribeiro,
da defesa, Sá Domingues disse que a intenção da defesa foi
“tumultuar”.
14h50- Sessão é interrompida para o almoço e será
retomada daqui a uma hora. O advogado Arles Gonçalves Junior, que
acompanhou os depoimentos do vigia Evandro Bezerra da Silva, apontado
como cúmplice na morte de Mércia Nakashima, deve ser a próxima
testemunha de acusação ouvida.
14h33 – O juiz Leandro Bittencourt Cano faz as perguntas do advogado Ivon Ribeiro
ao delegado Antonio de Olim para tentar conter evitar provocações e
conter os ânimos na sala. O recurso também foi usado no primeiro dia de
julgamento, quando a defesa e o irmão de Mércia Nakashima, Márcio
Nakashima, começaram um bate-boca.
14h31 - Apesar do julgamento de Mizael, a
movimentação no Fórum Central de Guarulhos segue em ritmo normal. Quem
chega com ofício está sendo atendido normalmente, segundo os
funcionários do local. Na porta da sala onde está acontecendo o
julgamento, a movimentação é bem menor que nessa segunda-feira. Poucas
pessoas solicitam entrar na sala. O julgamento segue com a primeira
testemunha do dia e em breve o juiz fará intervalo para almoço.
14h11 – O promotor Rodrigo Merli Antunes e o advogado Ivon Ribeiro
começam uma discussão sobre o dia em que Evandro Bezerra da Silva foi
ouvido pelo delegado Olim. Enquanto o primeiro diz que a oitiva
aconteceu na madrugada do dia 11, Ribeiro diz que foi no dia 10.
“Mentiroso, mentiroso! O diabo é o pai da mentira. O senhor é amigo do
diabo!”, gritou o promotor. “Mentiroso é o senhor”, respondeu o
advogado.
14h02 – A defesa pede novamente a reprodução do vídeo com o interrogatório do delegado Olim ao vigia Evandro Bezerra.
13h37 – O advogado Ivon Ribeiro e o
juiz discutem sobre o tom do interrogatório. O juiz pede que o advogado
não tente constranger o delegado reiterando as perguntas. “São
acusações sérias, excelência, as preciso fazer essas perguntas. A
testemunha não pode ficar divagando”, disse Ribeiro.
13h31 – O advogado Ivon Ribeiro
questiona o delegado, afirmando que não tem conhecimento detalhado dos
dados técnicos. Olom respondeu: “Eu não sou técnico, chame um técnico”.
13h28 – Alguns familiares de Mércia Nakashima permanecem sob o sol forte
do início desta tarde para protestar e exigir justiça. Portando faixas
com os dizeres “Queremos justiça” e camisetas com a foto da advogada, um
grupo de cerca de 10 pessoas, em sua maioria mulheres, reclamava não
poder chegar mais perto do fórum. “Queríamos entrar lá dentro, mas vamos
ter que ficar por aqui mesmo”, afirmou a prima de Mércia, Solange (não
quis divulgar o sobrenome). O grupo disse que pretende vir todos os dias
ao fórum, até o final do julgamento.
13h25 – Os policiais explicam que o bloqueio das ruas é ordem direta do juiz do caso Mizael.
“Nós só estamos tentando evitar problemas. Por causa de alguns, temos
de fechar para todos”, disse um deles. Segundo os PMs, as pessoas que
portarem ofícios podem entrar no fórum. Já quem pretende alcançar ruas
próximas pode fazer caminhos alternativos, sem ter de passar pelos
cordões de isolamento.
13h21 – Cerca de 15 pessoas aguardam em frente ao Fórum Central de Guarulhos para ultrapassar os cordões de isolamento.
Desde ontem, as ruas ao redor do fórum estão bloqueadas para evitar
tumultos. Atrás de alguns cones, o aposentado Vilson Dantas gritava: “O
povo tem o direito de ir e vir”. Ele queria atravessar o bloqueio para
chegar a ruas próximas. O aposentado também reclamou da segurança de
Mizael ao sair do local ontem à noite: “Para proteger réu tem policial,
já a gente passar para o outro lado, policial não deixa”.
13h19 – O advogado Ivon Ribeiro
inicia faz questionamentos ao delegado Antonio de Olim. Ele questiona
como foram colhidas as provas. Os outros dois advogados de Mizael já
fizeram suas perguntas.
12h57 – O delegado Olim disse que achou estranho
Mizael apresentar tíquete de estacionamento do shopping e cinema, onde
esteve com Mércia na noite anterior ao crime. “Nunca vi ninguém guardar
tíquete de cinema e estacionamento de shopping. Ele guardou para montar
um cenário de que estava bem com ela.” Agora, o delegado Wagner Garcia
fará as perguntas.
12h53 – O advogado questionou por que o delegado
Olim não pediu o depoimento de um policial militar que o vigia Evandro
Bezerra da Silva diz ter encontrado no meio do caminho, na volta da
represa Atibainha, de Nazaré Paulista. “O depoimento do Evandro foi tão
natural, que não precisou chamar.”
12h47: Ironicamente, o público do Fórum de Guarulhos
reagiu a uma declaração do delegado Samir Haddad Júnior com um barulho
que denota pena – um “Owwwnnnn”. “A vida de uma pessoa está em jogo
aqui”, disse o advodado. “Não é a vida que está em jogo. É o direito de
liberdade”, corrigiu o juiz Leandro Bittencourt Cano.
12h40 – O advogado Samir Haddad Júnior usa recortes de jornal para perguntar se o delegado Olim foi afastado da investigação a pedido da família de Mércia Nakashima.
Olim negou. O assunto já foi tratado no tribunal ontem, quando o irmão
de Mércia, Márcio Nakashima, disse que não pediu o afastamento, embora
estivesse insatisfeito com os trabalhos.
12h38 - “Não tenho dúvida nenhuma que o Mizael matou a Mércia”, afirmou o delegado Antônio de Olim. Ele passará a responder às perguntas do advogado Samir Haddad Júnior.
12h29 – O advogado de defesa Samir Haddad Júnior faz
questionamentos ao delegado Antonio de Olim. Cita uma declaração na
qual Olim teria mencionado a suspeita de que houvessem mais de duas
pessoas no crime. “Se eu disse isso, e deve ser verdade, mas depois
chegamos a outra conclusão”.
12h24 - O juiz Leandro Bittencourt Cano parou a
exibição dos vídeos, perguntando se mostra alguma suposta tortura feito
pelo delegado Antônio de Olim. “Já estou satisfeito. Temos quase duas
horas de vídeos. Se for mostrar inteiro, acho que deveria ficar para a
parte de debates”, afirmou o juiz. “Minha intenção foi mostrar o ânimo
do interrogador e do delegado”, respondeu o assistente de acusação
Alexandre de Sá Domingues. O advogado Ivon Ribeiro disse que também não
tinha interesse em continuar assistindo o vídeo. “Não houve tortura
filmada ou registrada. É a mesma coisa que pedir um vídeo de alguém
estuprando”. O promotor Rodrigo Merli Antunes, retrucou: “É como o vídeo
de o Mizael matando a Mércia. Esse aí também não tem.” O juiz pediu
para o vídeo não ser mais exibido. O depoimento de Evandro incrimina
Mizael. Ele diz que, após buscá-lo, teria perguntado: “E aí, o que você
aprontou?” Mizael teria respondido: “Já era. Ela já era, sem
comentários.”
12h19 – Os jurados assistem, em um telão, a um
depoimento prestado pelo vigia Evandro Bezerra da Silva ao delegado
Antônio de Olim. “Ele (o Mizael) já estava na bota dela há tempo. Em
maio me procurou para falar que queria matar ela. Eu aconselhava ele:
‘Vai se f… por causa de mulher? Quem vai ser suspeito? Vai ser você.
Esquece isso aí, vai viver sua vida’”. Depois, o vigia disse que Mizael o
procurou e falou que queria que ele o buscasse na represa de Nazaré
Paulista às 9h. “Ele veio me envolver já no final. Ele falou pra mim: o
QRU vai acontecer nesse fim de semana. Quero que você vá me pegar lá.”
11h59 – O assistente de acusação, Alexandre de Sá
Domingues, advogado contratado pela família de Mércia Nakashima, fez um
requerimento para que sejam exibidos os vídeos de dois interrogatórios
de Evandro Bezerra da Silva e um de Mizael Bispo de Souza. A defesa
interrompeu Domingues alegando que não precisa de ajuda. O juiz
autorizou a exibição dos DVDs.
11h55 – A sessão é reiniciada com a interferência do assistente de acusação Alexandre de Sá Domingues. A pedido dele, é projetado um vídeo com o interrogatório de Evandro Bezerra feito pelo delegado Antonio de Olim.
11h38 – Ao ser perguntado pelo promotor Rodrigo Merli Antunes se já foi condenado em algum processo criminal,
o delegado Olim contou que, enquanto trabalhava na Divisão
Anti-sequestro, chegou a ser denunciado por tortura. Segundo ele, o juiz
não aceitou a denúncia. “Nos quatro anos da Divisão Anti-sequestro
tirei pais de famílias e até bebês. Acredito que para esses familiares
fui anjo. Espero que esses que me culpam de torturador não passem o que
essas vítimas passaram.” A pergunta é importante pois a defesa tenta
mostrar que o vigia Evandro Bezerra da Silva, apontado como cúmplice,
foi torturado para confessar a participação no crime. O juiz Leandro
Bittencourt Cano determinou intervalo de cinco minutos.
11h35 – A sessão foi interrompida por cinco minutos a pedido do juiz Leandro Bittencourt Cano.
11h22 – O delegado Antônio de Olim disse, em
depoimento, que uma mulher, que se envolveu com Mizael após o crime
apenas apenas para investigar se ele era mesmo culpado, se ofereceu para
ser o álibi dele. O ex-policial chegou a aceitar a oferta, mas um de
seus advogados não consentiu. “Se ele quer um álibi, é mentira que ele
ficou parado quatro horas (no Hospital Geral de Guarulhos, como alega a
defesa)”, disse Olim. A moça procurou a delegacia depois para contar o
que sabia. Para comprovar que estiveram juntos, a mulher tirou fotos
juntos com Mizael – o réu aparece de boné na imagem, que, inclusive,
está no processo.
11h05 – Segundo o delegado Antonio Olim, a defesa de Mizael tentou despistá-lo, apresentando outros suspeitos para o assassinato de Mércia Nakashima. Alguns chegaram a ter a prisão temporária decretada.
10h54 – O delegado afirmou que a alternância de celulares
mostrava que os suspeitos estavam planejando algo. ”Já tínhamos
suspeita de que alguma coisa seria feita”. Segundo o delegado, Mizael
deixou de usar o número frio (não registrado em seu nome) que usou
diversas vezes no dia desaparecimento de Mércia – outro indício de que o
assassinato teria sido premeditado. Durante as investigações, Mizael
não mostrou esse número à polícia.
10h50 – Questionado pelo promotor do caso, Rodrigo
Merli, o delegado Olim fala sobre uma outra ligação, ainda não
mencionada. Olim afirma que Mizael Bispo recebeu, por meio do celular
não cadastrado, no dia da morte de Mércia, um telefonema de sua filha,
às 21h20. Essa informação, segundo o delegado, poderia confirmar que
Mizael esteve na cena do crime, em Nazaré Paulista, no dia em que Mércia
morreu.
10h45 – O delegado Olim afirma que telefonemas entre
de Mizael Bispo a Evandro Bezerra da Silva foram feitos por meio de um
celular não cadastrado. O delegado está explicando como obteve
informações de Mizael sobre as ligações e sobre o aparelho de celular
utilizado no dia da morte de Mércia.
10h35 – O promotor e o advogado de defesa batem-boca
sobre uma informação que o promotor atribuiu à defesa. O juiz pede
ordem e o fim das discussões. “Na dúvida, que se peça para consultar as
folhas (com registro do julgamento)”.
10h29 – O promotor do caso, Rodrigo Merli, faz está
fazendo uma série de questionamentos para elucidar a acusação de Evandro
Bezerra da Silva foi ou não pressionado ou coagido em seus
interrogatórios. A questão, segundo o promotor, deve ser explorada pela
defesa. A maneira como o depoimento de Evandro Bezerra foi obtido
poderia desqualificá-lo como testemunha e favorecer Mizael Bispo.
10h27 – O delegado afirma que, pelo modo que o carro
de Mércia foi jogado na represa de Nazaré Paulista, no interior de São
Paulo, onde o corpo de Mércia foi encontrado, chegou-se a cogitar a
participação de uma terceira pessoa, o que acabou descartado.
10h26 – Segundo o delegado Olim, ligações do vigia
Evandro Bezerra da Silva a Mizael Bispo indicam que ele estava no
encalço de Mércia Nakashima.
10h21 – “Ele fala que foi torturado por policiais em
Sergipe, mas fizemos exames no IML e não tinha nada”, diz o do
delegado Antonio Assunção de Olim a respeito de Evandro Bezerra da
Silva.
10h17 – O delegado fala sobre como foram colhidos os
depoimentos de Evandro Bezerra da Silva, vigia acusado de ser cúmplice
de Mizael na morte de Mércia Nakashima.
10h14 – Durante depoimento de Olim, Mizael conversa com os advogados o tempo todo e consulta as páginas do processo.
ENTENDA O CASO: veja as versões da acusação e da defesa, as provas e os principais personagens do assassinato de Mércia Nakashima.
10h12 – Começa o segundo dia de julgamento, com o
depoimento do delegado Antonio Assunção de Olim, que comandou as
investigações. Além dele, nesta terça deve ser ouvido o advogado Arles
Gonçalves Junior, que acompanhou os depoimentos do vigia Evandro Bezerra
da Silva, apontado como cúmplice na morte de Mércia, que diz ter sido
torturado para confessar.
10h03 - No primeiro dia de julgamento de Mizael
Bispo foram ouvidas três testemunhas: o irmão de Mércia, Márcio
Nakashima, o biólogo Carlos Eduardo de Mattos Bicudo e o engenheiro
elétrico Eduardo Amato Tolezani. O julgamento será retomado às 9 horas
desta terça-feira.
10h01 - O pai da Mércia, Makoto Mário Nakashima,
chegou ao Fórum por volta das 9h.”É muito difícil para a família
acompanhar o julgamento”, disse. O irmão de Mércia, que chorou nove
vezes ao depor no primeiro dia de julgamento, não deve comparecer ao
Fórum de Guarulhos.
9h53 – Ao chegar ao Fórum de Guarulhos, o assistente de acusação Alexandre Sá Domingues
disse que na noite de segunda-feira, 11, primeiro dia de julgamento, a
defesa de Mizael tentou confundir os jurados ao fazer perguntas
descabidas para engenheiro elétrico Eduardo Amato Tolezani, testemunha
de acusação. Sá também afirmou que os defensores fizeram perguntas
agressivas ao irmão de Mércia, Márcio Nakashima, o que, segundo ele, só
prejudica a defesa do réu.
9h41 - Na chegada ao Fórum Criminal de Guarulhos, por volta das 9h, o advogado de defesa Ivon Ribeiro, defensor de Mizael Bispo, disse que em nenhum momento foi desrespeitoso com a Mércia em sua fala no primeiro dia de júri, na segunda-feira, 11, nem pretendeu provocar Márcio Nakashima,
irmão da vítima e primeira testemunha de acusação a depor. Declarações
anteriores do advogado foram lembradas com revolta por Márcio no
primeiro dia de julgamento e causaram bate-boca entre ele e os três
defensores que representam o réu. Ivon disse que já conhecia Mércia
durante sua atuação como advogada em Guarulhos.
9h00 – O advogado e ex-policial militar Mizael Bispo de Souza,
de 43 anos, comparece ao segundo dia de júri popular nesta terça-feira,
12, em Guarulhos, Grande São Paulo. Ele acusado pela morte da sua
ex-namorada, Mércia Mikie Nakashima, e está preso desde
24 de fevereiro de 2012. Será a primeira vez no País que um júri será
transmitido ao vivo por emissoras de rádio, TV e internet
Ao longo dos próximos dias, acusação e defesa tentarão convencer os
sete jurados de que o réu é culpado ou inocente. Enquanto a promotoria o
considera “frio” e “psicopata”, a defesa o classifica como “um príncipe”, de “hábitos muito nobres”.
Mércia e Mizael foram sócios em um escritório de advocacia e
namoraram por quatro anos até setembro de 2009. A advogada foi vista
pela última vez na tarde de 23 de maio de 2010 na casa da avó. Em 10 de
junho, o carro dela foi achado na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista.
No dia seguinte, o corpo foi localizado.
O promotor Rodrigo Merli Antunes diz que o conjunto de provas lhe dá
convicção de que Mizael cometeu o crime. Para o advogado Samir Haddad
Júnior, as provas são frágeis e Mizael é “incapaz de matar alguém”.
Mizael escreveu um livro com sua versão para o caso que pretende
entregar aos jurados. Nele, reafirma sua inocência e se considera alvo
de uma perseguição policial.
Sete das 11 testemunhas que devem participar do júri são peritos ou
policiais. O botânico Carlos Eduardo Bicudo, por exemplo, foi chamado
pela promotoria para falar sobre a alga encontrada no sapato de Mizael –
e que é comum na represa onde o corpo da vítima foi encontrado.
Completam a lista o delegado Antônio de Olim, responsável pelas
investigações, o engenheiro de telecomunicações Eduardo Amato, o irmão
da vítima, Márcio Nakashima, e um advogado que acompanhou os
depoimentos.
O perito Hélio Ramacciotti, que cronometrou o trajeto entre a represa
e o Hospital Geral de Guarulhos, é testemunha do juízo. A defesa chamou
o investigador Alexandre Simoni, responsável pela análise dos celulares
dos acusados e da vítima, o perito Renato Patolli, que assinou o laudo,
e mais três pessoas: um físico especializado em áudio e vídeo, um
ex-perito do IC e uma amiga de Mizael.
Primeiro dia
O primeiro dia de júri do ex-PM Mizael Bispo de
Souza teve briga, choro e até imagens censuradas: diante das câmeras em
uma sala do Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. Como em um reality
show, no primeiro tribunal do júri transmitido ao vivo no País, coube ao
juiz dirigir câmeras – e cortar a imagem, quando achou necessário.
Entre os depoimentos, destacou-se o irmão de Mércia, Márcio, que buscou
defender a “honra” da irmã.
Apesar do clima de “big brother”, nem tudo atravessou as paredes do
tribunal. Uma testemunha pediu para não ter a imagem divulgada e outra
não quis nem que sua voz aparecesse. Em outro momento, após um bate-boca
entre o irmão da vítima e primeira testemunha do dia, Márcio Nakashima,
e um dos advogados de Mizael, Ivon Ribeiro, as imagens deixaram de ser
divulgadas por determinação do juiz Leandro Bittencourt Cano.
Os três advogados de defesa, no caso, adotaram posturas diferentes em
sua estratégia para tentar desconstruir a tese do irmão da vítima, que
aponta Souza como autor do crime. Samir Haddad Júnior tentou demonstrar
simpatia, Wagner Aparecido Garcia fez questionamentos técnicos, e
Ribeiro foi mais incisivo, explorando contradições.
Três testemunhas de acusação prestaram depoimento nesta
segunda-feira, mas sem a presença do réu. Nesta terça, devem ser ouvidas
outras duas: o delegado Antonio Assunção de Olim, que comandou as
investigações, e o advogado Arles Gonçalves Junior, que acompanhou os
depoimentos do vigia Evandro Bezerra da Silva, apontado como cúmplice,
que diz ter sido torturado para confessar.