sexta-feira, 14 de novembro de 2014

MORRE O POETA MANOEL DE BARROS EM CAMPO GRANDE

Manoel de Barros começou a esboçar os primeiros poemas aos 13 anos
Manoel de Barros começou a esboçar os primeiros poemas aos 13 anos
O poeta Manoel de Barros morreu nesta quinta-feira, em Campo Grande. 

Considerado um dos maiores autores da língua portuguesa, ele estava internado desde o último dia 24, no Hospital Proncor, da capital sul-mato-grossense, devido a uma obstrução intestinal. Segundo a assessoria do hospital, o poeta faleceu às 8h05, devido à falência múltipla de órgãos.

Conhecido pela linguagem coloquial, à qual chamava de idioleto manoelês archaico, e por buscar inspiração nos temas mais simples e banais, Barros dizia ser possível resumir sua trajetória de vida em poucas linhas. “Nasci em Cuiabá (à época, 1916, dezembro. Me criei no Pantanal de Corumbá (MS). Só dei trabalho e angústias pra meus pais.

 Morei de mendigo e pária em todos os lugares da Bolívia e do Peru. Morei nos lugares mais decadentes por gosto de imitar os lagartos e as pedras. Publiquei dez livros até hoje. Não acredito em nenhum. Me procurei a vida inteira e não me achei, pelo que fui salvo. Sou fazendeiro e criador de gado. Não fui pra sarjeta porque herdei. Gosto de ler e de ouvir música, especialmente Brahms. Estou na categoria de sofrer do moral, porque só faço poesia”, escreveu o autor.

Barros começou a esboçar seus primeiros poemas aos 13 anos de idade. Seu primeiro livro, intitulado Poemas, foi publicado em 1937, quando o autor tinha 21 anos. Pouco afeito à política partidária, chegou a integrar o Partido Comunista Brasileiro, mas por pouco tempo. Desde a década de 1950, conciliava a literatura com a gestão da fazenda que herdou dos pais.

Perfeccionista, conquistou os prêmios literários Jabuti (1989 e 2002); Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) (2004); Nestlé (1997 e 2006); Alfonso Guimarães da Biblioteca Nacional (1996) e Nacional de Literatura, concedido pelo Ministério da Cultura ao conjunto de sua obra, em 1998. Em 2000, foi agraciado com o Prêmio Academia Brasileira de Letras, pelo livro Exercício de Ser Criança.

Os governos de Mato Grosso – onde o poeta nasceu, e do Mato Grosso do Sul – onde Barros vivia, decretaram luto oficial de três dias. Em nota, o governador sul-mato-grossense, André Puccinelli, diz que a obra de Barros divulgou as belezas e as potencialidades do estado, “enriquecendo assim, a história da literatura e a cultura do local que ele escolheu para viver ao lado de sua esposa.”

Também em nota, o Ministério da Cultura lamentou a morte do poeta e manifestou solidariedade aos parentes, amigos e leitores de Barros. “Simples, de poesia delicada e repleta de seu imaginário pantaneiro, Manoel de Barros jamais será esquecido – ao contrário do que dizem estes seus versos: “Quando o mundo abandonar o meu olho. Quando o meu olho furado de beleza for esquecido pelo mundo. Que hei de fazer.”

Nas redes sociais, o diretor da Fundação Manoel de Barros, Marcos Henrique Marques, comentou que toda a equipe da instituição está triste, mas continuará a honrar e divulgar a obra do poeta. “O homem Manoel de Barros foi finito como todos nós, mas o poeta e suas obras – pautadas em seu belo sorriso, simplicidade, amor e criatividade, vão permanecer para sempre, gerações após gerações”.

Barros costumava brincar com a importância da poesia: “Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia”. Trechos de seus poemas são frequentemente citados pela perspicácia e bom humor.

 Desde que foi internado, dois versos, em particular, estão sendo bastante citados na mídia e em redes sociais: “Não preciso do fim para chegar” e “Do lugar onde estou já fui embora”, ambos da obra Livro Sobre Nada, de 1996.
CORREIO DO BRASIL

TCU DETERMINA QUE GOVERNO REVISE CONTRATO SOBRE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NO PRÉ-SAL

A cessão onerosa é um mecanismo criado pelo governo para permitir que a Petrobras produza até 5 bilhões de barris de petróleo em algumas áreas do pré-sal
A cessão onerosa é um mecanismo criado pelo governo para permitir que a Petrobras produza até 5 bilhões de barris de petróleo em algumas áreas do pré-sal
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o governo faça uma revisão no contrato de cessão onerosa, firmado em 2010, que permite à Petrobras explorar petróleo em áreas do pré-sal. A revisão deve ser feita como condição para que seja firmado um novo contrato a fim de que a empresa seja contratada diretamente para explorar o volume excedente de petróleo nessas áreas.

- Na época da assinatura do primeiro contratos foram cedidos 5 bilhões de barris, mas agora se descobriu que a área pode ter muito mais, até 30 bilhões – disse o relator do processo, ministro José Jorge. Ele explicou que o TCU não está questionando o mérito da contratação da Petrobras para a exploração do petróleo excedente, mas quer ajustes nos contratos para definir os parâmetros tecnicamente, com as novas informações sobre as áreas produtoras.

A cessão onerosa é um mecanismo criado pelo governo para permitir que a Petrobras produza até 5 bilhões de barris de petróleo em algumas áreas do pré-sal, sem a necessidade de licitação. Em junho, o Conselho Nacional de Política Energética aprovou a contratação direta da Petrobras para produção do volume excedente ao contratado sob o regime de cessão onerosa em quatro áreas do pré-sal, Búzios, Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi.
CORREIO DO  BRASIL