Anemia,
irritabilidade e dificuldade de aprendizagem podem ser causadas por
infestação de piolhos em crianças no ambiente escolar. Preocupadas com o
assunto as Educadoras Elisângela Sinhori e Juliane Melissa Dias, do
Centro Municipal de Educação Infantil Chapeuzinho Vermelho, no bairro
Monte Castelo, criaram o Projeto Pedagógico “Piolho na Minha Cabeça Não”
com o objetivo de conscientizar pais e alunos.
A educadora Elisângela relata que o tema parece comum por atingir a
maioria das crianças, principalmente em idade escolar, porém, a
pediculose, como também é conhecida, torna-se um problema grave, com
consequências ísicas e também psicológicas como, vergonha, raiva,
isolamento e déficit de aprendizagem. “Nossa intenção é mobilizar escola
e família a favor de comportamentos saudáveis, com a intenção de
melhorar a vida social da comunidade e o mais importante, desenvolver o
interesse das crianças pela aprendizagem”, argumenta.
De forma lúdica e criativa, a educadora Juliane Melissa, ressalta que
o projeto possui metodologia interdisciplinar, com possibilidades de
desenvolver a linguagem oral e escrita, contagem, relação número
quantidade, coordenação, expressividade, natureza e sociedade. “Através
do projeto as crianças puderam abordar todas as disciplinas aplicadas em
sala de aula”, afirma.
A educadora Elisângela explica que nas aulas utilizam figuras para
ilustrar as conversas sobre o piolho e os males que causam à saúde.
Após, surge um personagem hilário, o “João Cabeludo”, um boneco
confeccionado com caixa de papelão, que simboliza um menino triste, sem
hábitos de higiene, que está infestado com a pediculose. Nas
brincadeiras as crianças se mobilizavam para ajudá-lo. “Eles retiravam
todos os piolhos da cabeça do boneco, nesta hora trabalhamos a
matemática com contagem oral”, fala.
A Coordenadora dos Centros Municipais de Educação Infantil, Áuria
Rosa, considera o trabalho de utilidade pública, segundo ela, é
primordial conscientizar crianças e familiares sobre a importância de
combater o mal da infestação de piolhos nas escolas. “Foi uma iniciativa
interessante porque de forma lúdica e prazerosa conscientiza a
comunidade da importância de se preocupar com a saúde de nossos
pequenos”, salienta.
MITO
A enfermeira Janine Luiz Carlos, da Unidade de Saúde Sede de Colombo,
cita que já se tornou comum ouvir entre os adultos que, crianças com
mais de uma infestação por piolhos possui “baixa imunidade” ou problemas
no sangue. Ela esclarece que isto não passa de um mito, os pequenos que
tem uma ou mais infestações, na maioria das vezes, tiveram contato com
pessoas com pediculose. “Às vezes os pais fizeram um tratamento
inadequado ou ineficiente, deixando algumas lêndeas para traz e, com
certeza, elas irão se proliferar”, argumenta.
Janine explica que uma lêndea leva oito a dez dias até se tornar um
piolho, este período é chamado de “encubação”. A fêmea se não for
erradicada pode viver de três a quatro semanas. De acordo com ela, para
prevenir o problema é recomendável que os adultos examinem com
freqüência a cabeça das crianças, cílios e sobrancelhas, onde também
podem ficar alojados. Trocar e lavar com regularidade roupas de uso
pessoal, principalmente de quem já adquiriu a pediculose. “É importante
instruir sempre as crianças para que não compartilhe escovas, bonés ou
prendedores de cabelo com colegas. Devemos lembrar também que o
tratamento não deve ser realizado somente no individuo que já tem o
piolho, mas em todos que convivem na mesma casa”, acrescenta.
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