Eike, que havia prometido injetar US$ 1
bilhão na OGX, divulga fato relevante em que foge da raia; "ressalvo
meus direitos", diz ele; promessa foi feita aos investidores quando ele
tinha como conselheiros Pedro Malan e Ellen Gracie; próximo passo será
calote aos credores

Fim da linha: Eike Batista dá calote na própria empresa (Divulgação)

O empresário Eike Batista questionou a validade do exercício da opção
concedida por ele à petroleira OGX e que o obriga a injetar 1 bilhão de
dólares na empresa, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira
pela companhia.
De acordo com fato relevante divulgado pela OGX que traz
correspondência de Eike à companhia, o empresário afirma que “ressalvo
meus direitos (…) no sentido de questionar as circunstâncias, a forma, o
conteúdo a validade e os demais aspectos legais do pretendido exercício
da opção”.
A OGX anunciou na sexta-feira que seu conselho de administração
aprovou o exercício da opção, chamada de “put”, em meio à situação de
dificuldades de caixa da companhia.
A opção foi acertada em outubro de 2012 e pela qual o empresário
deverá subscrever novas ações de emissão da OGX ao preço de 6,30 reais
por papel, mais de 11 vezes o valor do ativo na bolsa.
No documento divulgado nesta segunda-feira, o empresário afirma que
pretende abrir procedimento na Câmara de Arbitragem do Mercado se a
disputa sobre o exercício da opção não for resolvida em 60 dias.
Analistas desconfiam da capacidade de Eike de honrar com o aporte
total de 1 bilhão de dólares na OGX. Na semana passada, a revista Forbes
calculou que o empresário deixou de ser bilionário, com fortuna
estimada agora em 900 milhões de dólares.
No anúncio da decisão sobre o exercício da opção, a OGX informou que
100 milhões de dólares devem ser recebidos imediatamente, ficando o
saldo a ser desembolsado por Eike à medida que a empresa precisar de
caixa adicional.
A derrocada da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do
grupo de empresas de Eike, ganhou força após sucessivas frustrações com o
nível de produção da petroleira. No início de julho, a companhia
decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na
bacia de Campos antes consideradas promissoras.
Com situação crítica de caixa e fracasso em sua campanha exploratória
até o momento, em agosto a OGX desistiu de adquirir nove dos 13 blocos
que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, evitando o
pagamento de 280 milhões de reais ao governo por direitos exploratórios.
Gustavo Bonato, Reuters
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