Santa Casa de Colombo está interditada desde
janeiro de 2012 porque não pagava os médicos. População precisa vir a
Curitiba em caso de emergência
A interdição da Santa Casa de Colombo, na Região Metropolitana de
Curitiba, vai completar dois anos em janeiro de 2014 sem que nada tenha
sido feito para reabrir o hospital público, que era referência em
emergência para os cerca de 200 mil habitantes da cidade. O atendimento
na Santa Casa foi interrompido pelo Conselho Regional de Medicina (CRM)
do Paraná por causa da falta de pagamento aos médicos.
Com
aproximadamente R$ 4 milhões em débitos atrasados, o hospital precisa
quitar uma dívida tributária de R$ 35 mil para voltar a receber dinheiro
público.
Desde 2012, em caso de urgência, a população tem de
procurar atendimento em Curitiba, na Unidade de Ponto Atendimento 24
horas do Boa Vista, ou em Campina Grande do Sul, no Hospital Angelina
Caron. “A gente demora uma hora, uma hora e meia para chegar a outro
lugar. Se acontece alguma coisa grave mesmo, a pessoa é capaz de morrer
no caminho”, lamenta a agricultora Cecília Perim, moradora de Colombo.
Antes da interdição ética do CRM, o hospital atendia cerca de 6 mil
pessoas por mês pelo Sistema Único de Saúde e tinha 72 leitos de
internação. O atraso no pagamento dos salários foi o estopim para que
outros problemas viessem à tona. O CRM apontou falhas em equipamentos e
falta de medicamentos, o que a direção do hospital nega. Hoje, nada
funciona e o prédio começa a dar sinais de abandono. O mato em volta da
área externa está alto e bancos de espera e janelas estão quebrados.
Descaso
A filha de 2 anos da empregada doméstica Juliana de Souza caiu da
escada de casa recentemente e sofreu ferimentos no rosto e nos braços.
Ela até levou a criança a um posto de saúde da cidade, mas a criança não
foi atendida. “É a única opção que a gente tem porque o hospital está
fechado. Quando eu cheguei as atendentes até ficaram preocupadas, mas
não tinha um médico, não tinha ambulância, não tinha nada”, contou.
Conhecidos viram o desespero de Juliana, que chorava no meio da rua
com a filha nos braços, coberta de sangue, e ofereceram uma carona. Foi
assim que ela conseguiu atendimento no Pronto Atendimento do Alto
Maracanã, quase duas horas depois que a criança rolou escada abaixo. “A
gente se sente abandonada porque ninguém está olhando por nós”, reclama.
Congresso quer ampliar repasse às Santas Casas
Folhapress
O Congresso Nacional negocia ampliar a possibilidade de repasses do
Orçamento da União para as Santas Casas e entidades filantrópicas. A
ideia é permitir que essas instituições possam receber verba para
custeio (exceto gastos de pessoal) e obras de ampliação das unidades.
Com isso, os recursos seriam destinados, por exemplo, para compra de
medicamentos e material para cirurgia.
A medida foi aprovada pela Comissão Mista do Orçamento no relatório
da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014. Para ser efetivada,
ainda precisa ser aprovada pelo plenário do Congresso e ainda inserida
na proposta orçamentária de 2014, que deve ser votado até dezembro. A
LDO tem como principal finalidade orientar a elaboração dos orçamentos
fiscal e da seguridade social e de investimento do Poder Público.
Segundo parlamentares, as Santas Casas recebem atualmente do
Orçamento, por meio de emendas parlamentares, recursos apenas para a
compra de equipamentos.
Para o presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Santas Casas, o
deputado Antonio Brito (PTB-BA), a medida é urgente para ajudar a dar
novo fôlego às entidades. “A ideia é gerar o debate porque a saúde está
ganhando prioridade”, afirmou. De acordo com a frente, as 2,1 mil Santas
Casas são responsáveis por 51% dos atendimentos realizados no país.
No início do mês, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que
garantiu o perdão de tributos federais devidos por essas entidades, no
valor estimado de R$ 15 bilhões. Esse passivo inclui débitos
previdenciários, de Imposto de Renda e do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço.
fonte: Gazeta do Povo
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