O Dia Internacional de Nelson
Mandela é
celebrado pela contribuição do ex-presidente sul-africano
para a cultura da paz e da liberdade
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Assinala-se hoje, 18 de Julho, pela quarta vez, o Dia Internacional
Nelson Mandela, instituído em Novembro de 2009 pela Assembleia-Geral da
ONU, devido à contribuição do ex-presidente sul-africano para a cultura
da paz e da liberdade.
Por
consenso dos 192 países membros, a ONU determinou que, a partir de
2010, se passe a celebrar o Dia Internacional de Nelson Mandela, na data
do aniversário do dirigente negro que, em 1993, partilhou o Prémio
Nobel da Paz com o seu compatriota sul-africano Frederik de Klerk.
Reconheceu
também a dedicação de Mandela ao serviço da humanidade na resolução de
conflitos, relações entre raças, promoção e protecção dos direitos
humanos, reconciliação, igualdade entre os sexos e os direitos das
crianças e de outros grupos vulneráveis.
A
Assembleia-Geral decidiu assim reconhecer, o primeiro da organização a
um indivíduo, a contribuição fundamental de Mandela, nascido a 18 de
Julho de 1918 na pequena vila de Mvezo, para a resolução dos conflitos, a
liberdade no mundo e a promoção das boas relações entre todos os grupos
étnicos.
Na
mensagem do ano transacto, por ocasião da data, o secretário-geral da
ONU, Ban Ki-Moon, considerou Nelson Mandela “um combatente da liberdade,
um prisioneiro político, um pacifista e um presidente. Curador de
nações e mentor para gerações (…) Nelson Mandela é um símbolo vivo de
sabedoria, coragem e integridade”.
O
próprio Nelson Mandela disse certa vez: “Nós podemos mudar o mundo e
torná-lo um lugar melhor. Está em nossas mãos fazer a diferença”, cita o
secretário-geral, apelando às pessoas a tornar realidade esta mensagem.
No documento Ban Ki-Moon diz que “a melhor forma de agradecer Nelson Mandela pelo seu trabalho é agir e inspirar a mudança”.
Nelson
Rolihlahla Mandela nasceu no dia 18 de Julho de 1918 na cidade de
Transkei, é filho de Henry Mgadla Mandela e Noseki Fanny. Coordenou, em
1961, uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e
viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.
Em
Agosto de 1962, Nelson Mandela foi preso após informações da CIA à
polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por
viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves.
Em
1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela
admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do
Sul (o que Mandela nega).
No
decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo
associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela"
se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.
Durante
os anos 70, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a
liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada.
Mandela
continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do ANC e a
pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de
Fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de
Klerk.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da paz em 1993.
No mesmo ano se candidatou a presidente da África do Sul e foi eleito, exercendo o cargo de 1994 a 1999.
Como
presidente do ANC (de Julho de 1991 a Dezembro de 1997) e primeiro
presidente negro da África do Sul (de Maio de 1994 a Junho de 1999),
Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o
apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da
reconciliação interna e externa.
Após
o fim do mandato de presidente, Mandela recebeu muitas distinções no
exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª, a
medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a
distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.
Nelson
Mandela recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias à cooperação
internacional (1992), Ordem ao mérito do Reino Unido (1995), Prémio
Lenin da Paz (1962), Prémio Internacional Simón Bolívar (1983) e Prémio
Nacional da Paz (1995)
Em
2003, Mandela fez alguns pronunciamentos, atacando a política externa
do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu
apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" -
seu número na época em que esteve na prisão.
Em Junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou a sua retirada da vida pública.
Hospitalizado
desde o dia 8 de Junho em uma clínica particular da capital
sul-africana, o herói da luta anti-apartheid sofre de uma infecção
pulmonar, sequela dos 27 longos anos que passou na prisão sob o regime
racista, que ele combateu e depois contribuiu para derrubar sem espírito
de vingança.
Muitas
acções simbólicas ou de caridade decorrem para celebrar os 95 anos do
ex-presidente sul-africano, que permanece hospitalizado, em Pretória.
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