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Manifestantes deixaram a Casa após 8 oito dias de ocupação
Por volta das 9h desta quinta-feira, os manifestantes
que invadiram a Câmara de Vereadores de Porto Alegre (RS) em 10 de julho
deixaram a Casa, conforme acordo firmado em uma audiência de conciliação na noite de ontem com Thiago Duarte (PDT),
presidente do Legislativo municipal.
A maioria deles ficou em frente ao
prédio, enquanto dois grupos acompanhavam a vistoria realizada nas
dependências da Câmara e o protocolo dos dois projetos elaborados por
eles. Um é pelo passe livre a desempregados e estudantes, que será
encaminhado para a prefeitura, e o outro para abertura das planilhas dos
empresários do transporte público. Não houve danos ao patrimônio
público.
Mapa do protestos das tarifas
Conforme Duarte, o movimento foi político e "os
vereadores que apoiaram quebraram o juramento que foi feito no dia da
posse". Ele sinalizou a possibilidade de um processo por quebra de
decoro contra vereadores do PT e do Psol,
que ajudaram na negociação. O vereador Carlos Comassetto (PT) rebateu
Duarte, dizendo que o presidente da Casa tentou politizar a situação,
rompendo o diálogo com os manifestantes e prolongando a ocupação.
"A relação entre os vereadores vai mudar, porque alguns
parlamentares apoiaram e participaram da ocupação", afirmou Duarte, que
vai ainda mais longe, dizendo que isso já adianta um rompimento entre o
PT, do governo estadual, e o PDT, do Executivo municipal, nas próximas
eleições.
"A posição do presidente (da Câmara) foi unilateral de
rompimento do diálogo, e agora, nesse momento, vem acusar qualquer um
dos partidos. Ele saiu do acordo, do diálogo, do equilíbrio", rebateu
Comasseto, dizendo que não deve se transformar a situação, "em jogo
político".
A audiência que confirmou a desocupação foi mediada pela
juíza Cristina Luíza Marquesan da Silva, da 1ª Vara da Fazenda Pública
de Porto Alegre, que esteve na manhã de hoje na Câmara para acompanhar a
desocupação.
"Nós conseguimos essa oupação pacífica sem prejuízo do
legislativo e o judiciário cumpriu seu papel de mediação de conflitos",
afirmou Cristina.
O acordo foi costurado pela promotora Maria Cristina
Santos de Luca, representante do Ministério Público, que a todo momento
pedia que tanto os manifestantes quanto o presidente da Casa cedessem.
Inicialmente, os manifestantes tinham feito seis exigências, que
acabaram reduzidas aos dois projetos.
Ficou, ainda, à cargo do Ministério Público atender a
demanda dos manifestantes de pedir uma investigação acerca das contas e
transparência dos empresários das empresas responsáveis pelo transporte
público de Porto Alegre.
O maior impasse durante a audiência era sobre como
seriam protocolados os projetos, já que o presidente da Câmara
permanecia irredutível em sua posição de não abrir o setor de protocolo
antes da desocupação do prédio. Diante dos apelos dos mediadores, porém,
Duarte acabou cedendo.
Ranking das tarifas de ônibus no País
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas
grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos
para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos
prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional,
dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de
milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com
um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril,
milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para
protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus;
a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado.
Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde
sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio
ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em
violentos confrontos com a polícia.
A
grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para
todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que
foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos.
Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já
inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa
do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos
em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A
onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de
questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um
movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do
regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é
um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o
movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”,
disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de
críticas.
GAZETA SANTA CÂNDIDA,JORNAL QUE TEM O QUE FALAR
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